A Ansiedade na Vida Moderna: Uma Perspectiva Junguiana e Neurocientífica
- Fernanda Azevedo
- 18 de fev.
- 3 min de leitura
Vivemos em uma era de constante aceleração, onde a conectividade 24 horas por dia, a pressão por desempenho e a busca incessante por sucesso podem nos levar a um estado de alerta permanente. Essa sensação de estar sempre "ligado", sem tempo para respirar e se conectar consigo mesmo, é um terreno fértil para o desenvolvimento da ansiedade.
Mas, afinal, o que é a ansiedade? E como podemos compreendê-la a partir de uma perspectiva junguiana e neurocientífica?

A Dança dos Opostos: A Perspectiva Junguiana
Carl Gustav Jung, pai da psicologia analítica, via a psique humana como um sistema dinâmico em constante busca por equilíbrio. Para Jung, a ansiedade surge quando há um conflito entre as diferentes partes do nosso ser, entre a luz e a sombra, o consciente e o inconsciente.
Na visão junguiana, a sombra representa os aspectos negativos e reprimidos da nossa personalidade, aquilo que não queremos ver ou aceitar em nós mesmos. Quando esses aspectos são ignorados ou reprimidos, eles podem se manifestar de forma inconsciente, gerando ansiedade, medo e outros sintomas psíquicos.
Para Jung, a cura da ansiedade passa pela integração da sombra, ou seja, pelo reconhecimento e aceitação dos aspectos negativos da nossa personalidade. Esse processo de autoconhecimento nos permite compreender e harmonizar os opostos que habitam em nós, promovendo o equilíbrio psíquico e o bem-estar.
O Cérebro em Alerta: A Perspectiva Neurocientífica
A neurociência, por sua vez, nos ajuda a compreender os mecanismos cerebrais envolvidos na ansiedade. Estudos mostram que áreas como a amígdala, responsável por processar o medo, e o córtex pré-frontal, que regula as emoções, desempenham um papel fundamental na resposta à ansiedade.

Quando nos deparamos com uma situação ameaçadora, a amígdala envia sinais de alerta para o corpo, ativando o sistema de luta ou fuga. Esse sistema, essencial para a nossa sobrevivência, prepara o corpo para agir rapidamente diante do perigo, aumentando a frequência cardíaca, a respiração e a tensão muscular.
No entanto, na vida moderna, estamos constantemente expostos a "gatilhos" que ativam o sistema de luta ou fuga, como pressões no trabalho, problemas financeiros, conflitos interpessoais e o excesso de informações. Essa ativação crônica do sistema de luta ou fuga pode levar ao esgotamento físico e mental, contribuindo para o desenvolvimento da ansiedade.
Integrando as Perspectivas: Um Caminho para o Bem-estar
Ao integrar as perspectivas junguiana e neurocientífica, podemos ter uma compreensão mais completa e profunda da ansiedade. A ansiedade não é apenas um problema biológico ou psicológico, mas sim um fenômeno complexo que envolve a interação entre corpo, mente e ambiente.
Para lidar com a ansiedade de forma eficaz, é fundamental buscar o autoconhecimento, reconhecer e integrar as sombras, e desenvolver ferramentas para regular o sistema nervoso e acalmar a mente.
A terapia, com suas diversas abordagens, pode ser uma aliada poderosa nesse processo, oferecendo um espaço seguro e acolhedor para explorar as emoções, os pensamentos e os comportamentos que contribuem para a ansiedade.
Além da terapia, práticas como mindfulness, meditação, yoga, exercícios físicos e contato com a natureza podem auxiliar na regulação do sistema nervoso e na promoção do bem-estar.
Conclusão
A ansiedade é um desafio comum na vida moderna, mas não precisa ser um fardo insuperável. Ao compreender as raízes da ansiedade e buscar ferramentas para lidar com ela, podemos transformar esse desafio em uma oportunidade de crescimento e autoconhecimento. Lembre-se, você não está sozinho(a)!
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